CLÍNICAS DO TRABALHO

Sob esta denominação estão agrupadas várias abordagens de origem francesa que estudam a relação do ser humano com o trabalho: a Ergologia de Yves Schwartz, a Psicodinâmica de Christophe Dejours, a Clínica da Atividade de Yves Clot e a Psicossociologia do Trabalho de Dominique Lhuilier.

 

Apesar de suas diferenças, é possível destacar alguns elementos de convergência entre essas contribuições: 1) a atenção ao trabalho tal como ele é efetivamente realizado, isto é, à forma concreta como ele é desempenhado em contextos singulares. O pressuposto aqui é o de que sempre há uma distância entre aquilo que é previsto e aquilo que é executado, daí a importância de se estudar a ação: esse ponto testemunha a importância e a influência da ergonomia para a constituição desse campo; 2) a valorização do ponto de vista e do protagonismo dos trabalhadores na definição do que é importante transformar no contexto de trabalho. Isso opera um deslocamento do lugar do saber e da expertise, que não tem seu centro na figura do especialista, mas sim nas pessoas que fazem e vivenciam o trabalho no seu dia a dia, colocando em evidência os saberes da prática e da experiência; 3) o abandono de uma abordagem individualista dos problemas – as intervenções passam necessariamente pela formação de grupos e pelo trabalho coletivo para atingir a transformação do trabalho.

 

Levando em consideração esse conjunto de características, acreditamos que as clínicas do trabalho contribuem de maneira inovadora e ética para promover a saúde psíquica e aumentar a qualidade do trabalho em diferentes contextos. O objetivo desse site é ajudar a difundir o conhecimento dessas metodologias de ação, tornando-as mais acessíveis para todos os que se interessam pelo estudo e transformação do mundo do trabalho.

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Leituras introdutórias:

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Clínicas do trabalho: filiações, premissas e desafios - Pedro Bendassolli (2011) 

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Cliniques du travail - Dominique Lhuilier (2006)

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